Como é que o som e as cores influenciam o apetite?


A cor dos alimentos é tão importante que até pode mudar a percepção que temos do seu sabor. Num estudo de JoAndrea Hoegg, investigadora da University of British Columbia, no Canadá, e publicado no Journal of Consumer Research, foi colocado um corante vermelho sem sabor em copos de sumo de laranja idênticos. Os mais avermelhados foram considerados 10% mais doces pelos provadores que fizeram o teste, apesar de terem a mesma quantidade de açúcar.

Além disso, os seres humanos têm preferência por certas tonalidades quando escolhem alimentos: vermelho, amarelo e laranja são as cores que mais estimulam o apetite, enquanto o azul, o roxo e o preto têm um efeito contrário. É por isso que as empresas do ramo alimentar usam predominantemente aquelas tonalidades nos logótipos e na decoração de supermercados e restaurantes – o vermelho é até usado preferencialmente nas cadeias de fast food porque, além de estimular o apetite, acelera o ritmo cardíaco e os clientes tendem a comer mais depressa.

Determinadas cores são associadas ao sabor de certos alimentos. A manteiga, por exemplo, inclui normalmente corantes amarelos, apesar de naturalmente ser mais esbranquiçada. Os produtos à base de morango também são muitas vezes enriquecidos com cores vermelhas para os tornar mais apelativos ao consumidor.

Mas o mais surpreendente são os estudos recentes sobre a influência do som no paladar humano. Um dos peritos mundiais na matéria é Charles Spencer, investigador da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que numa experiência pediu a voluntários para avaliarem batatas fritas. As que estavam em embalagens que faziam mais barulho ao abrir foram consideradas mais estaladiças e 15% mais saborosas, apesar de serem do mesmo tipo e terem o mesmo tempero que as restantes. As bebidas gaseificadas que faziam mais barulho ao abrir a lata também foram consideradas mais frescas.

Charles Spencer é um dos colaboradores de Heston Blumenthal, o chef mundialmente famoso pelos seus pratos de gastronomia molecular e dono do restaurante Fat Duck, eleito o melhor do mundo em 2005. Ambos criaram uma experiência em que os clientes provaram ostras ao som de uma gravação com sons do mar e gaivotas, que foram consideradas mais frescas do que as mesmas ostras ingeridas em silêncio.

em:  http://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/Alimentacao/Fotogaleria-%2814%29.aspx

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